BXL
Estou no avião e já BXL me traz saudades. Ainda é cedo, mas foi só talvez esta manhã, antes de embarcar, que me apercebi que ia embora. Finalmente! Após uma semana agitada. Bruxelas não é uma cidade encantadora, não é magnífica, não é luminosa nem soalheira. É uma espécie de cidade de província, catita, onde de repente as condições proporcionaram que magotes de estrangeiros se instalassem. A internacionalidade é o que me atrai mais nela. Vivemos todos juntos, de maneira mais ou menos pacífica, com imensa sede e vontade de misturar culturas e conhecer hábitos e costumes. Mas foi no meio dos tuguitas que encontrei o meu refúgio. Foi uma nova família que se formou. Pessoas tão diferentes, que em Portugal de certeza que se ignorariam umas às outras, ou cujas relações seriam muitíssimo mais superficiais, aqui convivem quase como uma irmandade. Em BXL aprendi muita coisa. A cidade que no início se mostrou amarga, trouxe-me com o tempo alegria, diversão, companhia, amizade. Também me proporcionou conhecer melhor os meus limites e tornou-me mais tolerante. E agora fica a vontade de regressar para novas aventuras, todos a torcer os dedos e a rezar a todos os santinhos para que os meus resultados saiam rapidamente e sejam.... positivamente conclusivos.
6-8-2006 Ana (texto postado posteriormente)
4 Comments:
Concordo completamente contigo.
Ainda no outro dia eu e o Francisco brindamos ao modo como pessoas tao diferente, com backgrounds tao afastados estavam sentadas 'a mesma mesa a comer espargete em Bruxelas.
A conversa veio da forma como as nossas familias encararam o 25 de Abril, por isso estas a imaginar a conversa... Faltas ca tu!
Eu não sei se concordo convosco. Isto é, eu concordo. Mas tenho medo da rapidez com que o raciocínio pode evoluir e passar para o outro lado da fronteira, altura em que terei de dizer: não concordo. Eu explico melhor: uma coisa é dizer que provavelmente em Lisboa os nossos caminhos nunca se cruzariam. Isso é capaz de ser verdade. Não frequentamos os mesmos sítios. Claramente não frequentamos os mesmos sítios. E isso é o bom de Bruxelas, e de vir para o estrangeiro. Alteramos as nossas redes sociais e os nossos hábitos. [André, se me estiveres a ouvir, social implica pelo menos duas pessoas. Só uma não dá!!!] Outra coisa é dizer que somos amigos aqui mas que não seriamos em Lisboa. Não seriamos porque não nos cruzávamos. Porque se o fizéssemos, como fizemos aqui, não tenho a menor dúvida que seriamos igualmente amigos. Grandes amigos! Não somos amigos por falta de melhor. Que isso fique bem claro!!!! Até fico revoltado só com essa ideia. Quase tanto como quando me apercebo que sou amigo de uma pró-palestina e de uma pró-comunista!!! :D
Bom dia!
Não tem só a ver com o facto de falta de melhor. Em LX não me cruzaria com vocês.... e se nos cruzássemos.... não teríamos nós já amigos e família? O que acho é que não daríamos tão facilmente a oportunidade de conhecer e de deixar conhecer. :p Who knows..... como se disse no parque jurássico 1: "life founds a way"!
Ana,
Espero que voltes e que possas continuar a tua aventura bruxelense. Seja como for o que importa é a tua atitude, com ela estarás bem em qualquer lugar. Boa sorte para a conferência nos EUA e até breve, quem sabe num círculo de leitura, clube de livros, encontro de bloguistas ou algo assim, aqui por Bruxelas.Beijos,Sofia
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